Durante os dias 11 a 15 de março, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), realizou no Campus Baixada Santista, em Santos/SP, a primeira semana da Licenciatura Intercultural Indígena (LINDI). Essa iniciativa conta com um esforço conjunto de profissionais vinculados a diferentes unidades universitárias, sejam profissionais acadêmicos, técnicos e administrativos, com o objetivo de proporcionar a formação continuada de professores indígenas que ensinam ou irão ensinar nas escolas das Terras Indígenas do Estado de São Paulo.
Participam 40 professores indígenas de diferentes povos, dentre eles Guarani Mbya, Tupi Guarani, Guarani Nhandeva, Krenak, Kaigang e Terena. Essa semana também marcou a realização da primeira reunião do Conselho Político, composto por lideranças indígenas, professores/as da Unifesp, dentre outros colaboradores/as, cuja proposta é acompanhar e orientar os/as alunos/as ao longo de todo o processo de formação.
A semana inaugural também incluiu uma cerimônia de abertura, momento de grande importância, no qual a comunidade acadêmica teve a oportunidade de se aproximar do movimento indígena e de conhecer a iniciativa em curso, fruto de mais de uma década de luta dos povos indígenas do estado de São Paulo por uma educação diferenciada e intercultural. Na celebração estiveram presentes lideranças indígenas do Conselho Político do curso, como Cristine Takua do povo Maxacali, Sérgio Martins Popygua, Jandira Martins e Saulo Ramires do povo Guarani Mbya, Adriano Campos do povo Kaingang, Creiles Marcolino Nunes do povo Guarani Nhandewa, Zélia Luiz do Povo Terena, Luan Araújo do povo Tupi Guarani. Também saudaram a nova turma representantes da comunidade acadêmica, como a magnífica Reitora da Unifesp, Profa. Dra. Raiane Assumpção, pró-reitoras, diretores do campus Baixada Santista, o representante dos alunos Manuel Caixeta, professores do curso e sua coordenadoria, Profa. Dra. Valéria Macedo e o Prof. Dr. Vinicius Terra, entre outros. Aliados e apoiadores da causa indígena também deram boas-vindas à turma, como Rosilene Cataá Tuxá, indígena do povo Tuxá e coordenadora-geral de Educação Escolar Indígena no MEC, Ubiratan Gomes, coordenador da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) no litoral sudeste, o Dr. Steven Zwicker, procurador do MPF (Ministério Público Federal), representantes indígenas do Comitê InterAldeias, entre outros.
Esse foi mais um passo importante que marca avanços nas lutas dos povos indígenas, cuja iniciativa desempenha um papel fundamental na busca por efetivar o direito constitucional dos povos indígenas à educação escolar diferenciada, específica, intercultural, bilíngue e comunitária no Estado de São Paulo, atendendo à demanda histórica e às necessidades prementes das comunidades indígenas nessa região. Ao oferecer uma formação dedicada aos professores indígenas, a Unifesp demonstra seu compromisso em promover uma educação que reconhece e celebra as múltiplas formas de modos de conhecimento e sabedoria, fortalecendo tanto comunidades indígenas como comunidades acadêmicas.
Nosso projeto se fez presente pela atuação das bolsistas Amanda e Leila, que trabalharam intensamente, e além da coordenadora do curso, Valéria, e dos professores Alan Carneiro e Marcos Rufino.
Texto: LINDI
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